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Cemitério da Recoleta



Muita gente acha estranho um cemitério ser um dos principais atrativos turísticos de Buenos Aires, mas o da Recoleta é realmente especial. É um dos mais importantes do mundo junto com o de Staglieno de Génova e o Père Lachaise de Paris. Pouca gente sabe, mas na verdade também é um museu, em 1946 foi declarado Museu Histórico Nacional pela riqueza arquitetônica de seus mausoléus, muitos adornados com belíssimas esculturas de artistas consagrados como Lola Mora, José Fioravanti, Alberto Lagos, Troyano Troiani, Edoardo Rubino, Giulio Monteverse entre outros. Nada menos do que 90 mausoléus são declarados Patrimônio Histórico Nacional, é uma verdadeira mostra da riqueza e opulência da Argentina que até a primeira metade do século XX era um dos países mais ricos e prósperos do mundo, nessa época, as famílias mais importantes de Buenos Aires competiam para ver quem construía o panteão mais glorioso. 
Os primeiros habitantes da região foram os monges recoletos (daí a origem do nome do bairro), que chegaram a região em 1732 e construíram um monastério e uma igreja. Após a ordem dos recoletos ser desfeita em 1821, suas terras passaram a ser da cidade de Buenos Aires. O antigo monastério foi convertido em um hospital e no local onde ficava a horta do monastério foi transformado em um cemitério público. Por ironia do destino, a primeira pessoa a ser enterrada no cemitério mais chique do mundo foi um jovem escravo liberto de nome Juan Benito. Nessa época, os cemitérios eram para as classes populares, a classe alta mantinha o costume medieval europeu de enterrar seus mortos em igrejas, embora desde 1803 já existisse uma lei que proibisse essa prática por questões sanitárias. A faustuosidade do cemitério começou a tomar forma em 1871, quando as classes altas da cidade fugindo da terrível epidemia de febre amarela que assolou seu antigo reduto, o bairro de San Telmo, decidiram migrar para o local onde estão atualmente os bairros de Recoleta e Palermo e enterrar seus mortos no local.
Foi o primeiro cemitério público da cidade de Buenos Aires e descansam entre seus muros mais de 350 mil almas, entre essas estão 25 presidentes, 200 heróis da independência argentina, 100 governadores de província, 2 prêmios nobéis, escritores, artistas e esportistas e sua figura mais popular, a Evita (de longe o mausoléu mais visitado). Além da riqueza arquitetônica e histórica, o cemitério é um simbolo da tolerância religiosa (estão sepultados cristão, judeus, muçulmanos, ortodoxos, budistas, ateus) e possui uma riqueza cultural imensa, abundam lendas e histórias insólitas sobre seus ocupantes, como o coveiro que economizou quase a vida toda para poder comprar uma parcela, a jovem que morreu durante uma avalanche na França e seu fiel cachorro morreu na mesma hora estando a 14.000km de distancia, o casal que ficou 30 anos sem conversar e foram enterrados um de costas para o outro...são tantas lendas e histórias interessantes que proximamente escreverei uma matéria a parte. E ai gostou? Quer ser lembrado décadas depois de bater as botas? Então comece a economizar, com as sucessivas crises argentinas, muitos estão vendendo até os seus mausoléus familiares. Recentemente colocaram a venda o mausoléu vizinho ao da Evita, pelo valor de 250 mil dólares, o preço de um apartamento de 3 ambientes na própria Recoleta, um dos bairros mais nobres da cidade.