Construído num estilo que combina o gótico veneciano e a arquitetura religiosa da Índia, possuindo referências do Palácio dos Ventos de Jaipur e do templo Rajarani de Bhubaneshvar, sendo o maior exemplo da “arquitetura isotérica”, de princípios do século XX.
Concluído em 1923, chegou a ser o mais alto da América Latina. Seu objetivo final, porém, era ainda mais nobre: servir de abrigo para os restos mortais de ninguém menos do que o escritor Dante Alighieri (c.1265-1321), seus restos seriam colocados embaixo da estátua que fica no centro do hall de entrada do edifício, mas a Itália nunca permitiu que os restos mortais de seu maior poeta saíssem do país, continuando até hoje na cidade de Ravena.
Sua construção foi um projeto de vida do empresário italiano Luis Barolo, instalado na Argentina, que tomou para si a tarefa de guardar as cinzas do célebre autor florentino, por receio de que futuros combates, mais intensos do que a Primeira Guerra (1914-1918), pudessem levar o patrimônio cultural europeu à destruição(tipo a segunda guerra mundial que veio depois).
O prédio, então, foi desenhado pelo arquiteto Mario Palanti, assim como Barolo, estudioso da "Divina Comédia". Referências à obra se espalham pelos cantos.
O edifício tem exatamente 100 metros de altura, o mesmo número de cantos da Divina Comédia, e um total de 22 pisos (cada um contendo 22 escritórios), igual ao número de estrofes dos versos da obra e foi inaugurado no dia 7 de junho aniversário de Dante.
Térreo e porão representam o inferno, as noves abóbadas de acesso do térreo representam os noves passos de iniciação e as noves hierarquias infernais, com arcadas decoradas por gárgulas e citações em latim que aparecem na obra de Dante, algumas da Bíblia, outras do famoso poeta romano Virgílio. No meio do hall, uma pequena estátua de um condor, representando a ascensão de Dante ao paraíso. Os 14 primeiros andares, que formam a base da torre, dão forma ao purgatório e estão relacionados com os 7 pecados capitais (uma a cada dois andares).
A parte mais alta do edifício representa a ascensão ao paraíso e o céu, chegando ao 14º andar, é preciso mudar de elevador ou continuar subindo a pé, em certo ponto as escadas se afunilam e o teto segue se rebaixando pelo caminho, até que se encontra uma porta baixa que é sua passagem ao céu. É quase obrigatório se curvar ou adentrar de joelhos. Seus 100 metros culminavam em uma cúpula, com um grande farol rotatório de 300.000 lâmpadas, que representa os "Nove Coros Angelicais", sobre o mesmo, está a constelação da Cruz do Sul, que pode-se ver alinhada com o eixo central do Palácio Barolo nos primeiros dias do mês de junho às 7:45 da noite. O Farol é potente o suficiente para ser visto de Montevidéu (200km em linha reta separam as duas capitais). O Palácio Barolo tem um edifício gêmeo do outro lado do Rio de la Plata, de estilo e altura semelhante, localizado em Montevidéu, Trata-se do Palácio Salvo projeto do mesmo Mario Palanti, com um outro farol igual. A ideia é que pudessem se comunicar por sinais luminosos, inclusive já transmitiram resultados de lutas de boxe como a de Firpo-Dempsey em 1923. A cúpula também representa com seu estilo indiano da regiao de Bhubaneshwar a união tântrica entre Dante e Beatriche, os protagonistas da Divina Comedia. Além de toda beleza arquitetônica, cultura e história, é possível ter uma bela vista de Buenos Aires, especialmente do Congresso e da avenida de Mayo.
Gostou? Excelente Aires te leva!
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